segunda-feira, 7 de maio de 2012

Capitulo 5

Tânia acordou de manhã com o seu pensamento em Elena. Desde daquele acontecimento ela ainda não tinha tido oportunidade de falar com Elena sobre o que se tinha passado. Decidiu ir tomar um duche. Vestiu-se e tomou o pequeno-almoço.
clip_image002
Era um pouco cedo, oito da manhã, ainda estavam todos a dormir, então decidiu ir ver um pouco de televisão até ás nove, hora que iria falar com Elena.
***
Aquela noite foi a primeira em que Catarina e Fernando dormiram juntos como noivos e foi, sem dúvida, fantástica, talvez a melhor que já tinham passado juntos. Nesse dia Catarina tinha de ir trabalhar e Fernando um compromisso com amigos e desse modo não iriam poder passar o dia juntos porém iriam almoçar a uma pizzaria italiana pela qual tinham passado no outro dia, enquanto passeavam no centro de Barcelona.
Catarina foi a primeira a acordar dos dois e a primeira coisa que fez foi dirigir-se à cozinha pois estava esfomeada.
clip_image003
Chegou à cozinha tirou do armário um pacote de bolachas. Quando estava a sair da cozinha reparou que Tânia estava sentada no sofá. Catarina lembrou-se que nem ela nem Joana sabiam da novidade. Sentou-se ao lado desta no sofá.
Catarina – Bom dia! – disse com um enorme sorriso.
Por sua vez Tânia demorou algum tempo a responder.
Tânia – Bom dia. – Disse com um sorriso forçado.
Catarina – Tenho uma novidade fantástica para te contar!
Tânia – O que é?
Catarina esticou a mão assim mostrando o anel de noivado.
Tânia – A serio?! O meu deus, é lindooooo!
Catarina – Eu sei, é lindo! Estou tão feliz!
Tânia – Pois acredito. Ele está cá?
Catarina – Sim, está a dormir.
Tânia – Vai lá fazer-lhe uma surpresa.
Catarina fez-lhe um olhar maroto.
Catarina – Já estou a ir. – disse já á porta da sala.
***
Joana acordou por volta das oito e meia, levantou-se, vestiu-se e dirigiu-se para a cozinha para ir comer mas no caminho vê Tania sentada no sofá com a televisão ligada a olhar para o nada.
clip_image004
Tânia estava bastante distante, não prestava atenção nenhuma ao que dava na televisão.
Joana – Bom dia, minha linda! – Disse por detrás do sofá dando-lhe um beijo na testa.
Tânia – Bom dia. Já sabes das novidades?
Joana – Quais novidades?
Tânia – Estou a ver que ainda não sabes mas não vou ser eu a contar-te.
Joana – Porquê?
Tânia – Porque não me compete a mim contar-te.
Joana – Ok. Mas é alguma coisa má?
Tânia – Não. É bastante boa até.
Joana – Agora estou bastante curiosa.
Tânia – Aguenta essa curiosidade.
Joana – Este bem vou aguenta-la. Mas o que é que se passa contigo?
Tânia – Nada.
Joana – Nada, não. Conheço-te e vejo que não estás bem. Passa-se alguma coisa com o Cesc?
Tânia – Não.
Joana – Então o que é? Estou a ficar preocupada.
Tânia – Prometes não contar a ninguém? Nem ao David e muito menos ao Cesc e á Catarina.
Joana – Mau, agora estou mesmo muito preocupada. E fica descansada que não conto a ninguém. Conta lá o que se passou.
Tânia – Lembras-te do dia da festa do Káká em que a Catarina me encontrou na garagem a tentar acordar a Elena e quando ela me perguntou o que se tinha passado eu disse-lhe que ela tinha bebido demasiado e desmaiou.
Joana – Sim, lembro-me perfeitamente de me contarem isso.
Tânia – Eu menti.
Joana – Então o que é que se passou?
Tânia – Eu vi uma coisa que não devia ter visto mas acima de tudo que não devia ter acontecido. A Elena não estava bêbada, ela foi violada.
Com esta confissão Joana não queria acreditar no que ouvia como é que ela tinha omitido uma coisa tão importante, não sabia o que dizer. Tocou as nove badaladas e Tânia levantou-se, pegou na carteira e saiu de casa deixando Joana sentada no sofá.
Conduziu até a casa do Sr. Carlos e da D. Maria, pais de Cesc e Elena, visto que ela ainda lá vivia. Quando lá chegou tocou a campainha, depois de uns momentos de espera a porta abriu-se e por detrás apareceu uma figura masculina, o Sr. Carlos.
Sr. Carlos – Bom dia Tânia. – Cumprimentou-a com dois beijinhos. – A que se deve esta maravilhosa visita?
Tânia – Vim falar com a Elena. Será que é possível?
Sr. Carlos – Claro que é. Mas por momentos pensei que vinhas ter com o Cesc.
Tânia – Mas ele está aqui?
Sr. Carlos – Sim. Sentiu falta do comer da mamã e veio cá jantar e acabou por cá dormir. Mas vai ter com a Elena, acho que já deve estar acordada.
Dirigiu-se até ao quarto de Elena e bateu á porta.
Elena – Sim!?
Tânia – Bom dia!
Elena – Bom dia ! Então a que se deve está visita?
Tânia – Vim falar contigo.
Elena – Sobre o quê?
Tânia – Sabes muito bem do que venho a falar.
Elena – Sabes que o Cesc dormiu cá? – Disse numa tentativa de mudar o assunto.
Tânia – Sim sei mas não mudes de assunto.
Elena – Mesmo que quisesse não conseguia. Mas diz lá o que queres.
Tânia - Quero saber como estás e o que vais fazer?
Elena – Já me conformei com o que aconteceu e quanto ao que vou fazer, não vou fazer nada.
Tânia – Como assim não vais fazer nada?
Elena – Não vou fazer nada.
Tânia – Não vais acusa-lo?
Elena – Para quê?
Tânia – Ele violo-te, caramba.
Elena – Sim violo-me mas o que é que posso fazer.
Tânia – Leva-o a tribunal. - Disse interrompendo Elena.
Elena – Ele é conhecido, rico. Mesmo que o ponha em tribunal, ele ganha o caso e alias eu não consigo.
Tânia – Não consegues?
Elena – Não. Ele era una dos meus melhores amigos.
Tânia – E depois?
Elena – E depois não vou fazer nada. Simplesmente vou fingir que ele nunca existiu na minha vida.
Tânia – Vais deixa-lo sair impune com o que fez?
Elena – A consciência há-de pesar.
Tânia – Pois mas até pesar sabes lá se ele não faz isso a outras raparigas.
Elena – Não acredito.
Tânia – Não acreditas? Ele violo-te, não violou. Então queres mais provas que ele pode voltar a fazer isso.
Elena – Acho que estás a exagerar um pouco.
Tânia – Eu acho que não.
Elena – Eu sei o que estou a fazer. Já não sou nenhuma criança. Tenho 20 anos, porra.
Tânia – Ok. Tu é que sabes. Mas acho que te vais arrepender.
Elena – Não fiques chateada comigo.
Tânia – Eu não estou chateada. Só estou surpreendida e desiludida com a tua decisão.
Elena – Só te peço que me apoies na decisão.
Tânia – Claro que te apoio. Só não concordo com ela. – Disse abraçando-a. Estas são interrompidas com o bater da porta.
Elena – Podes entrar.
Cesc – Bom dia, alegria! – Disse com bastante entusiasmo.
Elena – O que queres?
Cesc – Então soube que a minha namorada estava cá e vim vê-la.
Elena – Logo vi. Bem vou deixar os meninos sozinhos. E nada de badalhoquices. – Saiu do quarto.
Logo que Cesc viu que estavam sozinhos, puxa Tânia para si e beija-a com bastante intensidade. Aquele beijo já estava a tomar outros caminhos e assim Tânia decidiu por termo ao beijo, o que fez com que o Cesc reclama-se.
Cesc – Então estava a gostar tanto deste beijo. - Disse com um sorriso perverso.
Tânia – Pois, pois. Eu conheço-te bem. – Cesc calou-a com outro beijo que por sua vez também era bastante intenso.
Depois de alguns beijos, Tânia dirigiu-se para a porta acompanhada por Cesc. Estavam-se a despedir quando são interrompidos pela mãe de Cesc, a D. Maria.
D. Maria – Olá Tânia! Não queres almoçar connosco?
Cesc – Sim, almoça connosco.
Tânia – Gostava muito mas vou ter treino daqui a pouco.
D. Maria – Que pena. Gostava tanto que almoçasses connosco mas fica para a próxima.
Tânia – Fica combinado.
Cesc – Fica mesmo.
Tânia – Ok. Mas agora tenho mesmo de ir embora.
Cesc – Ok. – Beijou-a mas ao contrário dos outros beijos este foi dado com bastante ternura.

1 comentário: